Caged
O mercado de trabalho da Baixada Santista ganhou fôlego em agosto e se recuperou frente à desaceleração de julho. A região gerou 994 empregos (diferença entre 13.727 admissões e 12.733 demissões) no mês passado, contra 165 em julho, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. No País, há recuo nessa comparação.
O coordenador de Pesquisa do Núcleo de Estudos Socioeconômicos (Nese) da Unisanta, Jorge Manuel de Souza Ferreira, afirma que o resultado é puxado pelo setor portuário, que passa por uma safra de novos investimentos.
Dois terminais – BTP e Embraport – entram em operação no próximo ano, o Tecondi investe em expansão e segmento de cruzeiros também contrata. “Há grandes investimentos no momento e não há dúvidas desse potencial de contratação”.
Em julho, quase todas as cidades da região fecharam postos de trabalho, exceto Santos, com abertura de 492 vagas, número baixo para sua média mensal. Bertioga e Cubatão também tiveram saldo positivo, mas quase insignificantes.
Em agosto, o comportamento do mercado mudou consideravelmente. Santos reagiu com 827 novas vagas, sendo que 677 estão no setor de serviços, que inclui o Porto.
Nesse item também estão as operadoras de call center Tivit e Atento. Ferreira lembra que essas empresas já montaram seus quadros de funcionários (por volta de 10 mil) e as vagas são de reposição, pesando menos nas estatísticas.
Cidades que vinham patinando mostraram vigor em agosto, como São Vicente, com 244 vagas, Praia Grande (67), Bertioga (62), Guarujá (66) e Itanhaém (70). O saldo também é positivo em Mongaguá (23) e Peruíbe (28).
Demissões em cubatão
A exceção do bom desempenho regional é Cubatão, que saiu da geração de 21 vagas em julho para a perda de 393 empregos em agosto. O recuo é sustentado pelo corte de 224 postos de trabalho na indústria, 67 na construção e 120 em serviços. Essas áreas são ligadas ao polo industrial. Ferreira lembra que a indústria brasileira passa por um mau momento.
O problema é a baixa competitividade frente aos importados, apesar dos incentivos do governo. “Na indústria, quando há demissão, dificilmente haverá reposição.
Ferreira alerta, entretanto que na média a região passa por um bom momento econômico e que as demissões (exceto na indústria) são influenciadas pelo “desemprego friccional”, quando o demitido acha nova ocupação com facilidade. O total de demitidos é elevado, mas o dado é superado facilmente por número maior de admissões.
Fonte: Jornal A Tribuna
http://www.atribuna.com.br/noticias.asp?idnoticia=166223&idDepartamento=5&idCategoria=0http://www.atribuna.com.br/noticias.asp?idnoticia=166223&idDepartamento=5&idCategoria=0